sexta-feira, 18 de julho de 2008

a estradinha...


a estrada estava deserta.
o caminho era estreito e seguia por entre montanhas verdes, que, pelo avançado da hora, perdiam, aos poucos, sua cor.
eu dirigia vagarosamente observando a beleza que estava ali, bem à minha frente.
a lua impunha sua presença de maneira sutil, aumentando seu brilho quase que de forma imperceptível, emprestando ao céu um azul mais intenso.
em alguns pontos, precipícios de darem frio na barriga.
ao longo da estrada uma vegetação ímpar... pastos... flores coloridas (ferrugem, vinho, amarela, roxa, vermelha, lilás). marias-sem-vergonha salpicavam pequenos trechos criando um ar romântico e encantador.
eu estava maravilhada com tamanha beleza. o desejo de registrar a imagem me fez parar.
a beleza do cenário, o perfume que pairava no ar e a brisa levemente fria me traziam à memória lembranças de momentos não vividos.
lá estava você: presente no meu presente.sentei-me numa pedra. apenas contemplava. suguei o momento pela lente da objetiva...

quarta-feira, 9 de julho de 2008

zé e maria...


zé e maria...
maria era uma jovem de 20 anos. sonhadora como todas as demais de sua idade.
zequinha, um soldado do exército. servia no quarto regimento de infantaria em quitaúna (soldado 1865).
tinham um primo em comum, que tratou de aproximar os dois.
p/ ele, falava da beleza que maria nem sabia possuir. dos olhos verdes. da sua simpatia, apesar da timidez. do sorriso sempre presente em seu rosto de traços germânicos, de quanto era uma boa filha.
p/ ela, contava das peripécias dele p/ sobreviver numa cidade grande, das histórias que contava quando ia à hípica assistir corridas de cavalo, de como se tornou corinthiano, por conta de ver os jogos do único time que não cobrava entrada. do quanto era querido pelo capitão que o nomeou seu ordenança.
e foi por conta do que dizia isaias, que zequinho mandou uma foto sua p/ maria.
ele era lindo! o coração de maria batia mais forte só de pensar nele.
um dia ela soube, pelo primo, que ele estaria indo p/ a casa da irmã, que morava em glicério. maria morava em são luís do guaricanga, lugar onde o trem que viajaria zequinha, teria de parar p/ a baldeação.
ela não teve dúvidas: foi até a estação a procura dele. ela tinha a foto... e quando o encontrou, (trêmula) se apresentou. foi um encontro de almas. se entenderam pelo olhar. ele quis desistir de sua ida a glicério, porém, ela não permitiu. conversaram na estação enquanto ele aguardava o trem da baldeação. prometeu ir vê-la na volta.
maria, entre feliz e ansiosa, voltou p/ casa e só então contou p/ todos o que tinha feito. não acreditaram nela. disseram que ela tinha sido enganada por algum soldado mal intencionado. que tinha feito loucura. que não mediu conseqüências... blá, blá, blá...
ela nem deu importância p/ o falatório. esperou com paciência.
uns dias depois, eis que surge ao longe, a figura de um soldado. quem viu, foi correndo chamar maria, que foi ao seu encontro de coração acelerado e de braços abertos.
seu caetano, pai de maria, foi enérgico. quis logo saber das intenções do moço. depois de conversarem um tempo interminável, permitiu o namoro.
casaram-se um ano depois.
enfrentaram problemas, dificuldades, mudaram de cidade, tiveram cinco filhos.
riram e choraram juntos por tantas vezes.
viveram... até que a morte os separou.

saudades deles!