sexta-feira, 9 de julho de 2010

revolução constitucionalista 1932...

paulista, com muito orgulho!
a revolução constitucionalista de 1932, revolução de 1932 ou guerra paulista, foi o movimento armado ocorrido no estado de são paulo, brasil, entre os meses de julho e outubro de 1932, que tinha por objetivo a derrubada do governo provisório de getúlio vargas, que revogara a constituição de 1891 e passara a governar por meio de decretos. assim, a razão central do conflito era a promulgação de uma nova constituição para o brasil.
para os paulistas, que estavam sendo governados por tenentes-interventores e que nenhuma afinidade tinham com o estado, era um desatino o que estava sendo feito, sentíamo-nos como que sendo tratados como terra conquistada.
o estopim da revolta foram as mortes de quatro estudantes paulistas (martins, miragaia, dráusio e camargo), assassinados no centro de são paulo por partidários de getúlio vargas, em 23 de maio de 1932. cinco foram alvejados, porém, um deles veio a falecer mais tarde, no dia 12 de agosto do mesmo ano.
multidão reunida em protesto ao assassinato dos estudantes. foi assim que surgiu o movimento de oposição, conhecido como MMDC, iniciais dos nomes dos referidos estudantes, responsável pela revolução, no dia 9 de julho de 1932.
foi montado um grande contingente de voluntários civis e militares que travaram uma luta armada contra o governo provisório, com o apoio de políticos de outros estados. na região atual de mato grosso do sul, chegou a ser criado um estado aliado a são paulo: estado de maracaju.
essa foi uma resposta paulista à revolução de 1930, a qual acabou com a autonomia de que os estados gozavam durante a vigência da constituição de 1891. a revolução de 1930 impediu a posse de júlio prestes na presidência da república (até então, ele era o governador de são paulo) e derrubou do poder o presidente da república washington luís, que fora governador de são paulo de 1920 a 1924, o qual havia indicado prestes à presidência, colocando fim à república velha.
o estado de são paulo, apesar de contar com mais de quarenta mil soldados, estava em desvantagem. por falta de apoio e a traição de outros estados, são paulo se encontrava num grande cerco militar. o movimento durou até o dia 2 de outubro do mesmo ano, quando foi derrotado militarmente.
para nós paulistas, a revolução de 1932 transformou-se em símbolo máximo do estado, a exemplo da guerra dos farrapos para os gaúchos. lembrada pelo feriado do dia 9 de julho, é a data cívica mais importante do estado e o maior movimento cívico de nossa história. a revolução é mais fortemente comemorada na cidade de são paulo do que no interior do estado, onde a destruição e as mortes provocadas pela rebelião são ainda recordadas, e também, a revolução de 1932 é muito relembrada nas regiões de divisa, onde se travaram os combates, especialmente no vale do paraíba paulista.
foi a primeira grande revolta contra o governo de getúlio vargas e o último grande conflito armado ocorrido no país.
no total, foram 87 dias de combates, (de 9 de julho a 4 de outubro de 1932 – sendo os últimos dois dias depois da rendição paulista), com um saldo oficial de 934 mortos, embora estimativas, não oficiais, reportem até 2200 mortos, sendo que numerosas cidades do interior do estado de são paulo sofreram danos devido aos combates.
são paulo, depois da revolução de 32, voltou a ser governado por paulistas, e, dois anos mais tarde, uma nova constituição foi promulgada, a constituição de 1934.
no restante do país, o movimento, assim como a já citada guerra dos farrapos, é mais lembrado pela versão dos vitoriosos, a de uma rebelião conservadora, visando a reconduzir as oligarquias paulistas ao poder, colocando esta tentativa de volta ao poder como algo inaceitável, e de uma rebelião de velado caráter separatista, que são as versões predominante nos livros didáticos de história do brasil. uma inverdade como tantas outras contadas por aí...

são paulo criou moeda própria, que foi falsificada pela ditadura e distribuída na capital paulista para desestabilizar a economia do estado. o dinheiro paulista era lastreado pelo ouro arrecadado pela campanha “ouro para o bem de são paulo”, também chamado de “ouro para a vitória”.
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link para o hino constitucionalista: http://www.youtube.com/watch?v=sl4WhmweVSo

imagens e parte do texto obtidos na internet...

Um comentário:

Quasímodo disse...

Uns: a história de uma nação, de um povo, é constituída de muitos fatos que, aparentemente isolados entre si, formam, no seu conjunto, a Verdadeira História.
Assim foi com a Revolução Farroupilha, com as revoltas no Nordeste, especialmente Canudos, com o Contestado em Santa Catarina, com a Revolução Constitucionalista em São Paulo...
Como muito bem dissestes, os compêndios de história são escritos pelos vencedores e tentam reproduzir, para a posteridade, o ufanismo da vitória, como se não houvessem, do outro lado, razões e motivos para a mobilização e o enfrentamento.
Muito apropriada a sua postagem. São Paulo e o Brasil foram os verdadeiros vitoriosos, com a volta da normalidade democrática, alguns anos depois. Condição que voltamos a perder em 1964, mas essa é uma outra história.

Parabéns. Não deixemos cair no esquecimento fatos que nos construiram como nação, como povo, e como identidade.

Brasileiro é pacífico. Mas não é gado. Não nos tirem do sério.(recadinho sutil, para os tempos de agora).