domingo, 19 de julho de 2009

a aranha...

hoje, um dia nublado e ligeiramente frio, fui presenteada com esse belo soneto, que divido com aqueles que vez ou outra, me visitam...

Num ângulo do tecto, ágil e astuta, a aranha,
Sobre invisível tear tecendo a ténue teia,
Arma o artístico ardil em que as moscas apanha
E, insidiosa e subtil, os insectos enleia.

Faz do fluido que flue das entranhas a estranha
E fina trama ideal de seda que a rodeia
E, alargando o aranhol, os elos emaranha
Do alvo disco nupcial, que a luz do sol prateia.

Em flóculos de espuma urde, borda e desenha
O arabesco fatal, onde os palpos apoia
E, tenaz, a caçar os insectos se empenha.

Vive, mata e produz, nessa faina enfadonha:
E, o fascinante olhar a arder como uma jóia,
Morre na própria teia, onde trabalha e sonha.


António Francisco da Costa e Silva
(Amarante, Piauí, 1885 - 1950, Rio de Janeiro)
in DA COSTA E SILVA. ANTHOLOGIA.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1934, p. 137-138
o presente me foi dado por alguém que é seguidor e colaborador do blog que indico no final desta postagem.
alguém que conhece a minha paixão por insetos e outros pequenos seres do reino animal.
alguém que já conhecia as fotos aqui publicadas.
alguém que merece todo o meu carinho.


3 comentários:

krika disse...

Aranhas a parte...hj é dia do amigo e te ofereço minha mascote krika e o selinho Cativa-me. Estão a sua disposição lá no linguagemeafins.blogspot.com
beijos ervilhinha

Sandra Negrão disse...

Lindas fotos...só não gosto muito de insetos...hehehehe
Tiaaaaaa, tem um selinho pra vc lá no meu blog.
Saudades.
BEijos.

Lu disse...

Ai comadre, se não fosse esse teu gosto por esses bichinhos que quero distância, eu até ia toma um café cocê dia desses..rss


Beijos, lindóca do meu coração!